Discorremos em artigos anteriores sobre a importância das Vitaminas A (artigo 84), B (artigo 95), C (artigo 36) , D (artigo 66) e E (artigo 108) na manutenção do sistema nervoso e na constituição (e recuperação de problemas) da coluna vertebral. Os minerais são tão essenciais quanto as vitaminas neste processo. Na Química, a Tabela de Elementos lista cerca de 250 componentes. Destes, 91 são considerados minerais — substâncias inorgânicas encontradas na natureza com uma composição química definida e estrutura física característica.

Um parêntese: vale lembrar que 96% de qualquer estrutura orgânica é composta de 4 elementos básicos: Carbono (C), Hidrogênio (H), Oxigênio (O), e Nitrogênio (N). A combinação de H + O produz água. Se somarmos C + H + O temos a matéria-prima da gordura. E se adicionarmos NC + H + O temos a fórmula da proteína. 66% do corpo humano (feminino ou masculino) é composto de água. Ambos os sexos possuem 15% de proteínas, mas os homens tendem a ter 15% de gordura e as mulheres 20%.

Dos 91 minerais existentes na natureza, somente 21 (subdivididos em 07 macrominerais e 14 microminerais) são considerados essenciais ao corpo humano. Possuem funções específicas, mas só precisamos deles em quantidades minúsculas. Suas funções mais básicas são: servir de cofatores para as enzimas; manter o equilíbrio ácido-base; e manter a pressão osmótica. Os outros 70 minerais são considerados não-essenciais, e podem até ser tóxicos quando ingeridos em quantidade excessiva.

Os 7 macrominerais são: Cálcio (Ca), Fósforo (P), Enxofre (S), Sódio (Na), Potássio (K), Cloro (Cl) e Magnésio (Mg). Cada um deles tem um relacionamento específico e especial com a coluna e o sistema nervoso.

  • Nosso corpo necessita de 600 a 800 mg diários de Cálcio. Esta quantidade é extremamente essencial, pois só absorvemos cerca de 30% pela parte proximal do duodeno. 70% de todo o cálcio que ingerimos é eliminado pelas fezes. A absorção deste mineral pode ser maximizada por lactose, pH baixo (ácido), vitamina D, aumento de fósforo e pela própria deficiência do cálcio. O que é absorvido (difusível e ionizado) vai parar no sangue (plasma), onde jamais deve ter menos do que 9 nem mais do que 11 mg/dl. Além de ajudar a facilitar o funcionamento adequado dos nervos, é também benéfico para a ação muscular, sobretudo do coração. O cálcio viaja pelo sangue, mas 99% dele acaba sendo depositado nos ossos e dentes. Pode retornar ao sangue se houver mudanças das taxas de vitamina D e PTH (hormônio paratireóideo).

  • Necessitamos de 900 a 1.200 mg diários de Fósforo. Ao contrário do cálcio,  70% é absorvido no duodeno, e somente 30% é excretado pelas fezes. Este mineral estimula a contração muscular. É encontrado em folhas verdes e laticícinios. O fósforo vai também direto para o sangue, e suas taxas devem estar sempre entre 25 a 45 mg/dl. 80% é depositado nos ossos e dentes como cristais de CaPO4.

  • Precisamos do Enxofre para sintetizar colágeno, além de ser parte integrante das vitaminas B. É encontrado em germe de trigo, lentilha, queijos, carnes magras, ostras e amendoim.

  • Sódio e Potássio têm funções específicas na manutenção do sistema nervoso. A mais crucial delas é a bomba de sódio e potássio — diretamente relacionada com transmissão de impulsos nervosos e contração muscular.

    “O processo ocorre devido às diferenças de concentrações dos íons sódio (Na+) e potássio (K+) dentro e fora da célula. Para manter a diferença de concentração dos dois íons no meio interno e externo da célula, é preciso utilizar energia na forma de ATP”. Portanto, a bomba de sódio e potássio “é um tipo de transporte ativo que ocorre em todas as células do corpo”.

  • Cloro é benéfico para juntas e tendões.

  • 60% do Magnésio encontrado no corpo humano estão nos ossos. Este mineral tem influência na condução dos impulsos nervosos, serve de catalista para utilização de Ca, P, e K, e é encontrado nas folhas verdes e clorofila.

Dos 14 micro-minerais (Ferro, Iodo, Zinco, Manganês, Cobre, Molibdênio, Selênio, Crômio, Cobalto, Flúor, Vanádio, Estanho, Níquel e Silicone), pelo menos 08 tem ligação direta com a coluna ou com o sistema nervoso:

  • Ferro (encontrado em fígado, carnes, ovos, cacau, melaço e ostras) é útil na síntese de colágeno;

  • Zinco (ostras, carne de boi, fígado, amêndoa e amendoim) ajuda na digestão e metabolismo do fósforo;

  • Manganês (germe de trigo, sementes, castanhas e folhas) é essencial para o desenvolvimento ósseo;

  • Cobre (carne de porco, cacau, fígado e manteiga de amendoim) forma elastina com o auxílio da Vitamina C, e ajuda a compor a bainha mielínica dos nervos;

  • Cobalto (fígado, rins, ostras e carnes) é um componente da vitamina B12;

  • Flúor (café, arroz, soja, espinafre, cebola, alface e água fluorinada) previne o excesso de perda de cálcio nos ossos;

  • Vanádio (frutos do mar, alho, levedo de cerveja, fígado e arroz integral) é importante para o desenvolvimento de ossos e cartilagem;

  • E Silicone (cereais integrais) ajuda na calcificação óssea e na síntese de colágeno.

E é por essas e outras, caros leitores, que uma dieta balanceada (e devidamente “mineralizada” com a anuência de um nutricionista) é imprescindível para uma coluna saudável e um sistema nervoso livre de empecilhos, ingrisilhas e interferências. Adicione à esta receita uma boa dose de exercícios e Quiropraxia, que teremos excelente qualidade de vida. Pronta para servir e desfrutar.