Existe um correlacionamento entre a coluna vertebral e certos minerais, além das vitaminas E, D (artigo 66), B e C (artigo 36) que vale a pena todo Quiropraxista saber.
Mas, e quanto a vitamina A?
O conhecimento geral é que faz bem para a pele, ajuda a ter boa visão noturna e é encontrada na cenoura. É surpreendente saber que a vitamina A (C20H29OH) tem alto peso molecular e é um tipo de álcool primário, conhecida também como retinol.
Na verdade, retinol é uma das fontes de vitamina A, encontrada em carne e leite; cereais fortificados e suplementos vitamínicos. Portanto, suas fontes podem ser tanto de origem animal quanto de vegetal. Da sua versão mais primitiva nas plantas (caroteno ou carotenoides), o beta-caroteno é o mais ativo e de maior bioconversibilidade no organismo humano. O caroteno, por sinal, é uma substância que deve ser convertida em vitamina A antes de ser usada pelo corpo. “A cascata de reações começa no intestino delgado, com a enzima beta-caroteno-15,15′-dioxigenase, que transforma o beta-caroteno em retinal“.
Pode-se produzir interferon do alfa-caroteno das frutas e do beta-caroteno das verduras — uma poderosa ferramenta contra o câncer.
90% da vitamina A é metabolizada no fígado (daí sua abundância neste órgão em peixes e animais). Esse metabolismo depende de minerais como o ferro e o zinco, além da própria vitamina C. Após ser liberada na corrente sanguínea, se acumula nos olhos, pele, órgãos reprodutores e ossos.
Precisamos de 5,000 I.U. (International Units) de vitamina A diariamente. Os requerimentos variam. Pessoas que fumam, que vivem em áreas altamente poluídas, ou que tiveram seu estoque comprometido por pneumonia ou nefrite, precisam de mais vitamina A. As que têm facilidade de absorção desta vitamina, precisam menos.
Um tomate contém 1.394 I.U.. O espinafre cru nos provém com 3.760 I.U. (quando cozido, aumenta para 15.960 I.U.). A cenoura tem a incrível quantidade de 20.250 I.U..
Por incrível que pareça, comer cenoura demais pode nos intoxicar com Vitamina A. Mas, geralmente, toxicidade ocorre se ultrapassar de 50.000 I.U.. Por isso, Vitamina A é um dos nutrientes potencialmente mais tóxicos encontrados na natureza.
Por outro lado, também é um dos nutrientes mais resistentes. Calor, ar, luz, enzimas e agentes oxidantes têm pouco efeito sobre a vitamina A . Por ser solúvel em gordura, tende a acumular-se no corpo (daí o potencial de toxicidade).
E este tipo de toxicidade é coisa séria. Além de aumentar a pressão sanguínea e causar cólica abdominal, é também responsável por perda de peso e de cabelo. Há relatos dor ao urinar, inchaço do figado (hepatomegalia), e dor de cabeça prolongada (por mais de seis meses). Excesso de vitamina A aumenta calcificação dos tecidos moles e eventualmente dos próprios ossos, causando fragilidade, dores profundas e engrossamento dos ossos longos. Se a toxicidade for crônica (geralmente mais de um ano), pode até levar à morte.
A vitamina A tem influência em ambos osteoblastos e osteoclastos. Mas a maior parte da literatura disponível relaciona excesso de vitamina A com deficiência de densidade óssea, e, portanto, aumento de fraturas.
Por outro lado, a deficiência de vitamina A pode trazer tantos prejuízos quanto o seu excesso. Precisamos muito dela, principalmente durante a gravidez, lactação, doença e trauma. Deficiência pode ser o resultado de uma menor absorção, como ocorre com colite ulcerativa, cirrose do fígado e obstrução dos ductos biliares. Ou com certas doenças que interferem na conversão de caroteno para vitamina A, como diabetes mellitus (vide artigo74) ou hipotiroidismo. Ou ainda quando há perda rápida de fluidos corporais como em casos agudos e severos de pneumonia. O amolecimento dos ossos e dentes pode ser consequencia direta disso.
Há outros fatores que interferem na absorção de vitamina A e caroteno: consumo excessivo de álcool, ferro e óleo mineral; uso de cortisona e outras drogas; e (pasmem!) vigoroso exercício físico por mais de quatro horas após se alimentar. Vitaminas C e E previnem excessiva oxidação de vitamina A e, portanto, evitam sua dispersão.
Vitamina A ajuda a contruir ossos e dentes fortes; a formar sangue de qualidade; a normalizar os níveis de espermatozóides; e a manter uma boa visão. É útil até em problemas do sistema nervoso central, como alcoolismo, epilepsia, meningite e enxaquecas.
Existe um relacionamento indireto entre a coluna e a vitamina A. Sua parte em calcificação óssea — especificamente na manutenção de osteoblastos — causa diminuição de H2O nestas células, quando há deficiência. Isto leva à degeneração articular, osteomalácia e até osteoporose. Ajuda na recuperação de fraturas e no combate à artrite, gôta, osteomalácia e raquitismo.
E sendo a vitamina A benéfica para os ossos, o que é bom para o sistema esquelético é bom para a coluna vertebral.