O que Woody Allen, Madonna e Sir Anthony Hopkins têm em comum? Todos eles, em alguma fase da vida, praticam ou praticaram Pilates.

Alice Becker, ex-bailarina, e Mestra em Coreografia, é a responsável por introduzir esta prática no Brasil em 1991, que acabou virando uma coqueluche.

O método foi batizado com o nome do seu criador, o alemão Joseph Humbertus Pilates (1880–1967). Criado perto de Düsseldorf, era uma criança raquítica e asmática. Desenvolveu uma série de afecções durante a infância, incluindo uma debilitante febre reumática. O jovem Joseph Pilates era louco por esportes, mas a sua condição física o limitava. Era um atleta vibrante lutando para sair daquele corpo frágil.

Pilates era um homem obstinado e não se conformava com a sua condição. Autodidata, viajou para o Oriente, onde estudou um pouco sobre fisiologia e anatomia. Aprendeu a técnica da respiração diafragmática, que todos os bebês possuem, mas que é perdida de alguma maneira quando crescemos.

Sendo o diafragma um músculo situado entre o tórax e o abdome, ele contrai-se na inspiração, movimentando-se de cima para baixo. Durante a expiração, o músculo relaxa, sobe, e tira o ar (pelo aumento da pressão intrapulmonar) enquanto o volume torácico diminui.

Joseph Pilates entendeu que a respiração deve ser levada para a parte inferior da caixa torácica, e não apenas para o peito ou o abdome. A pedra fundamental do Pilates havia sido lançada. E o jovem Joseph pôde enfim vencer suas limitações.

Após ser exilado numa ilha da Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, Joseph Pilates começou a trabalhar com mutilados num centro de recuperação de feridos de guerra, e acabou desenvolvendo uma série de exercícios para tratar de lesões e problemas posturais. Foi nessa época que ele começou a utilizar molas no seu trabalho. Obteve resultados surpreendentes. Emigrou para os Estados Unidos, e em 1926 fundou um estúdio em Nova Iorque. Bailarinos consagrados como George Balanchine e Martha Graham viraram seus alunos. Permaneceu ativo e prova viva da eficácia do seu trabalho até os 80 anos de idade. Há fotos do velho Pilates dependurado naquelas máquinas que parece até montagem. E olha que morreu por complicações pulmonares causadas por inalação de fumaça ocorrido um ano antes quando tentava salvar seu material de um incêndio. Senão era capaz de estar vivo até hoje!

Brincadeiras à parte, o objetivo maior da técnica de Pilates é fazer com que as pessoas tenham melhor percepção de seus corpos. O propósito é obter compreensão corporal mais ampla e saber utilizar o corpo de forma mais harmônica e eficiente. O controle é adquirido pela centragem, que, de acordo com o próprio Pilates, é um exercício de força interior, ou um “cinturão de força”.

O termo é uma tradução livre para o inglês powerhouse — que literalmente significa “casa de força”. Se considerarmos a palavra “casa“, então o diafragma seria o “teto“; o assoalho pélvico (“músculos voluntários e involuntários e ligamentos conectados a estruturas ósseas que se fundem e sustentam os órgãos abdominais e pélvicos” — e que têm uma relação muito estreita com a Técnica Logan), o “chão“; “e os músculos oblíquos abdominais (laterais do abdome), transverso do abdome (camada profunda) e multífidos” (que unem o processo transverso ao espinhal das nossas vértebras — extremamente importantes e altamente negligenciados), as “paredes“.

Indicado para correção postural, diminuição e eliminação de dor, estabilização articular, aumento de amplitude de movimento, ganho de força, equilíbrio, tonificação muscular, é uma opção viável e eficaz de tratamento para hérnias discais. Casa extremamente bem com Quiropraxia.

O Método Pilates é pautado em 06 princípios básicos:

  • 1) CONCENTRAÇÃO — entrar em foco para maior controle do corpo;

  • 2) RESPIRAÇÃO — respirar sempre pela caixa torácica;

  • 3) ALINHAMENTO — auto-conhecimento postural (e espacial) do seu corpo;

  • 4) CONTROLE DE CENTRO — aprimorar a coordenação do corpo e da mente a partir da força dos músculos superficiais e profundos do centro corporal (core);

  • 5 e 6) EFICIÊNCIA e FLUÊNCIA — introduzir e adicionar cada vez mais intensidade para desenvolver resistência com movimentos lentos e graciosos, mas nunca banais ou malfeitos.

O método possui um rigor técnico elevado, e sua alta carga horária inclui aulas teóricas e práticas — ministrado em várias capitais do país pelo osteopata e fisioterapeuta americano Brent Anderson (pelo menos quando estas linhas foram escritas). Marcus Falcão (coautor deste artigo), na época professor da FTC e instrutor de Pilates no sul da Bahia, ressalta a importância de se procurar um profissional habilitado com certificação internacional e devido registro no seu conselho profissional para diminuir riscos e garantir um serviço que venha a proporcionar melhor bem-estar e qualidade de vida.