Seu Francisco, um fictício bancário aposentado de 65 anos, marca uma consulta com um Quiropraxista para tratar de uma dor lombar crônica acompanhada de rigidez muscular. Durante o exame físico, após constatar que há diminuição de movimento, o clínico detecta alterações posturais como aumento de cifose torácica, anteriorização do pescoço com menor rotação, e ombros pendendo inferiormente.
O paciente caminha rigidamente a passos pequenos e com os cotovelos e joelhos ligeiramente dobrados, sem balançar os braços, e arrastando as pernas. Às vezes fica paralisado. Outras vezes, começa a caminhar cada vez mais rápido e não consegue parar. Cai com facilidade. O Quiropraxista postula que talvez seja por causa da mudança do centro de gravidade causada pela projeção anterior da postura. Mas sente algo no ar. Mais importante ainda, ele nota que o paciente, além da rigidez muscular, exibe também tremores e diminuição de movimento (acinésia e bradicinésia) – uma tríade clássica. O diagnóstico está fechado.
Seu Francisco provavelmente sofre da mesma doença de figuras históricas como Harry Truman, Mao-Tse-Tung, Francisco Franco e Adolf Hitler: mal de Parkinson.
Paulo José, ator veterano da Globo, anunciou ter a doença em 1996. E atuou normalmente até 2017.
Voltando nossas atenções ao fictício seu Francisco, a conduta do Quiropraxista deve ser indicação a um neurologista. Este, antes de confirmar tal suspeita, irá eliminar a possibilidade de afecções com sintomas similares, como depressão, tremor de natureza benigna, Alzheimer, hidrocefalia e hemiparesia.
Mas o que sabemos sobre a doença de Parkinson, além do nome do homem que a descobriu?
Quiropraxia proporciona alívio das dores lombares, cervicais e torácicas associadas à este mal. No estágio inicial, pode até relaxar a musculatura. Mas é só. O clínico deve saber reconhecer Parkinson sem demora. Diagnosticar a doença ainda no começo é imperativo e essencial para o paciente.