Muitos comitês olímpicos de vários países contam com seus Quiropraxistas de plantão — imprescindíveis para maximizar a performance do atleta. Mas sabiam os diletos leitores que temos uma Quiropraxista que é medalhista olímpica — não uma, mas DUAS vezes??
Melissa Palma Tancredi DC, MSc, BS, BA foi volante da Seleção Canadense. Na época que jogou nas Olimpíadas, seu país não tinha um pingo de tradição no Futebol Feminino. A estreia nos Jogos Olímpicos de Pequim rendeu-lhe um respeitável oitavo lugar.
As canadenses vieram com garra em Londres 2012. Fizeram uma brilhante campanha e só perderam para as imbatíveis americanas no finalzinho da prorrogação da semifinal. O jogo foi disputado palmo a palmo. A derrota para os Estados Unidos deixou um gosto amargo por supostos erros de arbitragem.
Tancredi peitou a juíza no final do jogo. “Eu espero que você possa dormir hoje e vestir sua camisa americana, porque foi por ela que você jogou hoje”, gritou. Depois, para os repórteres, justificou: “Estava sendo honesta”. A FIFA resolveu não punir.
De qualquer maneira, o próximo jogo contra as francesas era uma missão dificílima. Da mesma forma que o Brasil tem sido freguês costumaz da França, o país era até então também corriqueiro carrasco das canadenses. Mas, surpreendentemente, Tancredi & Cia ganharam das francesas e fizeram história para o Canadá. Pela primeira vez desde 1936, o país ganhou uma medalha nos esportes coletivos dos Jogos Olímpicos de verão.
Em 2016, foi a vez das canadenses serem as carrascas do Brasil na Olimpíadas do Rio de Janeiro. Nos venceram com um placar de 2 a 1. Tancredi tava lá participando da partida. O Canadá levou novamente o bronze naqueles jogos olímpicos.
É uma idiossincrasia na cultura dos Jogos Olímpicos a Medalha de Bronze ter um gostinho de vitória, ao passo do sabor amargo da derrota da Medalha de Prata, né?
Bem, voltando ao assunto original…
Melissa Tancredi nasceu no Canadá (em Hamilton, Ontário). Jogava futebol desde os treze anos de idade. Por causa do esporte, ganhou uma bolsa para estudar na famosa Universidade de Notre Dame. Foi escalada para a Seleção Canadense e até já atuou em três Copas do Mundo — a última em 2015.
Em Notre Dame, estava fazendo os cursos preliminares de medicina. Acabou se interessando por Quiropraxia — justamente por causa do futebol. Ao ser tratada por um profissional, ela encantou-se com os efeitos no seu desempenho.
“Quiropraxia (…) me ensinou a compreender (melhor) as lesões e como trata-las para (assim) prolongar minha carreira como jogadora de futebol”, declarou numa entrevista para o periódico Canadian Chiropractor (Volume 17, nº 07, outubro de 2012). “Primeiro, comecei a ser ajustada antes dos jogos no semiprofissional, enquanto estudava (no Notre Dame). Descobri que realmente ajudou muito meu desempenho em campo e senti que tudo no meu corpo estava sincronizado. Podia me mover no campo sem nenhuma limitação”. Ela caracteriza a sensação causada pelo ajustamento vertebral como “libertadora”.
Pois é. “Tank”, como era conhecida nos meios futebolísticos, formou-se Quiropraxista pela Logan University em Saint Louis, Missouri em 2012-13. O Mestrado veio logo depois. Aposentou a chuteira em 2017. Atende hoje em dia em suas clínicas particulares. É também certificada em FDM (Fascial Distortion Model), Graston and Kinesio Tape. “Quiropraxia é altamente respeitada e tem um impacto muito forte em atletas em todos os níveis de esportes”, enfatiza Tancredi.
Um parêntese: sabe-se lá o porquê, seu perfil da Wikipédia omite totalmente sua formação acadêmica em Quiropraxia. Só diz que “cursou (antropologia e pré-medicina) na Universidade de Notre Dame de 2000 a 2004 (…)”. No mínimo estranho…
Seja lá como for, houve alguns Quiropraxistas que concorreram nos Jogos Olímpicos, mas, salvo engano, até onde vai o conhecimento deste que vos escreve, atleta medalhista mesmo só houve uma. Doutora Melissa Tancredi, DC certamente merece um tapinha nas costas, não merece?