A melhor maneira de evitar lesões no trabalho é simplesmente cortar o mal pela raiz – cepar do início uma situação ergonomicamente incorreta. Para isso, basta projetar o local de trabalho para atender os limites e as condições de capacidade do trabalhador. É claro que isto significa fazer da ergonomia uma preocupação central durante a concepção de um produto, serviço, processo ou local de trabalho – em cada estágio da sua elaboração e até mesmo antes que os mesmos sejam implementados.

A correção de trabalhos já existentes ou o desenvolvimento de novos projetos deveriam seguir os princípios ergonômicos da sua organização. Este é um trabalho conjunto: do chefe, passando pelo gerente, até chegar ao operário. Todos têm de estar envolvidos neste processo. As respectivas áreas de atuação e produção necessitam ser incluídas. Lembrem-se que uma única pessoa não tem todas as respostas necessárias para elaborar um posto de trabalho. Todos precisam contribuir.

O trabalhador sofre com as más condições de trabalho. Isto o impele a ausentar-se para recuperar-se da fadiga ou para conseguir algum alívio em relação ao desconforto. Haverá um inevitável aumento de reclamações do seu trabalho para os colegas, supervisores e até para a área médica. Sua produção diminuirá devido aos distúrbios osteomusculares, afetando o seu desempenho profissional. Neste estágio, o problema já começa a tomar proporções épicas. Uma empresa competitiva não precisa disso.

A ERGOAPPLIED lista 03 vantagens pessoais e empresariais da ergonomia:

  • SAÚDE E SEGURANÇA: redução de distúrbios osteomusculares e doenças ocupacionais; redução de incidentes e acidentes.
  • QUALIDADE DE VIDA: melhoria da moral do trabalhador e maior satisfação em relação ao trabalho; mais disposição para lazer, estudos e vida familiar.
  • BENEFÍCIOS OPERACIONAIS: redução de custos com assistência médica e securitária; melhoria da qualidade do produto; redução na taxa de sucateamento; redução na taxa de absenteísmo; aumento da produtividade.

Para que o processo ergonômico se desenvolva corretamente, especialistas devem estar envolvidos nos projetos de produtos, processos, equipamentos, dispositivos e ferramentas, mobiliários, layout e locais de trabalho, inclusive em modificações na organização do trabalho.

O profissional da área de saúde, de acordo com Carlos Valadares, médico do trabalho e membro da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), também é envolvido neste processo, pois:

“Na sua própria essência, cuida da vida, do viver, da saúde, procura aliviar dores e angústias, conhece os recônditos do sofrimento, alimenta esperanças, e deve ser capaz de indignar-se contra as injustiças e violação de direitos.”

Mas VOCÊ também tem que ter voz ativa no seu trabalho. De acordo com Fabrício Avancini Silva – M.Sc., diretor técnico do ERGOAPPLIED, o próprio trabalhador “provavelmente sabe que as aplicações dos princípios de ergonomia podem ajudar a resolver ou amenizar alguns dos problemas que causam desconfortos aos trabalhadores. Isto já foi comprovado em várias empresas”.

Sim, VOCÊ é uma parte importante do processo ergonômico. Participe do comitê de ergonomia da empresa em que trabalha e contribua com esta comissão para a melhoria dos locais de trabalho. Seu conhecimento, compromisso e esforço são peças-chaves do processo ergonômico – uma liderança insubstituível. E de valor inestimável.