No mundo da arte, entre alegorias e analogias, há espaço para tudo. Nos Estados Unidos, é cada vez mais comum depararmos nos consultórios com alguma pintura ou escultura tendo anatomia como inspiração. Não somente o corpo humano, mas alguma parte dele — que normalmente não suscitaria uma ideia de beleza, por assim dizer.
Uma imagem cotidiana vista hoje em dia em várias clínicas de Quiropraxia é a figura do cavalo-marinho. As curvaturas deste bicho (uma espécie de peixe, por incrível que pareça) possuem uma estranha semelhança com as curvas da coluna vertebral.
Como não deveria deixar de ser, clínicas de Quiropraxia nos Estados Unidos também estão apinhadas de pinturas cujo tema (naturalmente) é sobre a coluna vertebral. Existe um nicho no mercado para a arte anatômica — que é como eles chamam tais pinturas. E aparentemente vendem bem.
Desde 2009, a pintora americana Sarah Young dedica-se a retratar imagens anatômicas. Especializou-se nas vértebras da coluna. Pinta magnificamente esta miríade de ossos. Eis duas de suas pinturas sobre estes bravos protetores da medula espinhal: na esquerda, intitulada A Coluna Lombar; e na direita, Axis e Atlas . Nesta última, Young traça um paralelo entre a primeira e segunda vértebra do pescoço e a sua função, que é representada pela rotação de uma porca num parafuso.
Já o fotógrafo francês Stéphane Lallemand optou por recriar pinturas famosas. A foto da direita celebra o seu conterrâneo, o pintor neoclassicista Ingres (1780-1867) no singelo La Grande Odalisque. A da esquerda homenageia os primórdios do nu fotográfico do século XIX. Ambos retratos contêm uma coluna convenientemente tatuada.
É meio suspeito falar de Brent Gruenhagen Rocha, já que o mesmo é filho deste que vos escreve. Mas já faz alguns anos que ele vem aprimorando suas habilidades em pirografia. De vez em quando, por óbvia influência do pai, produz artes como essas abaixo — alegria e deleite para os olhos de qualquer Quiropraxista:
É inteiramente possível e até plausível encontrar algum tipo de beleza nas coisas mais improváveis. Poesia está no olho de quem vê.
Até numa desajeitada vertebrazinha da coluna.