Osteoporose é uma doença típica (mas não exclusiva) da terceira idade. O nome significa porosidade ou redução na quantidade de massa óssea, seja qual for a sua causa. A diminuição gradual de cálcio nos ossos ao envelhecermos é inevitável. O problema é quando a massa óssea diminui a tal ponto que fraturas possam ocorrer — aí a osteoporose deixa de ser insidiosa para se tornar um problema.

A estrutura óssea é formada pelo relacionamento de dois minerais (fósforo e cálcio — este último o “tijolo”) com uma proteína (colágeno — o “cimento”). Os ossos consistem de uma camada externa envolvida por uma espécie de membrana chamada periósteo — rica em terminações nervosas e extremamente suscetível à dor. A camada seguinte é constituída de osso compacto e denso e circula outra camada interna de osso esponjoso que consiste de placas e trabéculas conectivas.  Dentro desta camada temos a medula óssea, que produz os osteoclastos (células que removem cálcio dos ossos e despejam na corrente sanguínea) e os osteoblastos (células que captam cálcio da corrente sanguínea e aplicam nos ossos). É imperativo que as atividades dos osteoclastos e osteoblastos estejam equivalentes e equilibradas num osso sadio.

Osteoporose é uma doença de prevalência feminina, e a menopausa é a grande responsável por isso. As mudanças hormonais contribuem para menor absorção do cálcio, e o corpo, para manter o nível normal na corrente sanguínea, acaba por aumentar a atividade dos osteoclastos. O osso então passa a perder cálcio progressivamente.

Aos 80 anos, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homem irão sofrer fratura decorrente da osteoporose. Aos 50 anos, uma mulher tem, até o fim de sua vida, 40% de possibilidade de fratura causada por esta doença (o homem tem 13%). A densitometria óssea é o exame mais eficaz para detectar a osteoporose, e deve ser anual.

Contudo, não só a terceira idade sofre de osteoporose. Existem outros fatores de risco, como menopausa precoce, amenorréia (ausência de menstruação, que ocorre em mulheres que se exercitam excessivamente), terapia à base de esteróides, histórico preexistente  de fraturas, doenças da tireóide, câncer, e outras doenças (insuficiência renal, inflamação do intestino, doença crônica do fígado, etc.). Estilo de vida também influi, como dieta, bebidas alcoólicas, tabagismo, e sedentarismo.

É muito conveniente para um profissional culpar a osteoporose por dores sem explicação plausível. Mas os sintomas desta doença tendem a só aparecer quando ocorre fratura. As articulações mais atingidas são o quadril, o punho e a coluna.

“Mulheres idosas portadoras de osteoporose apresentam, associados ao envelhecimento, colapsos vertebrais, que irão resultar em modificações posturais, incluindo o aumento da cifose torácica que contribui para uma diminuição da estatura em torno de 10 a 20 cm. Assim sendo, o aumento do grau de cifose torácica é desencadeado pelo envelhecimento e exacerbado pela osteoporose, o que explica a presença de maior grau de cifose torácica nas mulheres idosas portadoras de osteoporose avaliadas neste estudo“.

Existe, claro, uma linha tênue entre “colapsos vertebrais” e efetivamente fraturas da coluna — que consistem em achatamentos mais drásticos e repentinos das vértebras. A perda de densidade óssea pode causar esmagamento, compressão e perda da espessura da parte posterior, central ou anterior das vértebras (ou a combinação destas). As fraturas da coluna podem ocorrer após quedas, por atividades como tossir, levantar-se, curvar-se ou girar o corpo, ou às vezes até de forma espontânea. Fratura não necessariamente significa dor — isto varia de pessoa a pessoa, não importando o grau de compressão — e ninguém sabe muito bem o motivo (talvez porque o periósteo nem sempre é rompido). Há diminuição da altura, acompanhada por aumento da curva torácica, ou reversão da curva lombar ou cervical. A biomecânica da coluna é comprometida, e esta pessoa vai sofrer algum grau de desconforto para toda a sua vida. Mas não necessariamente dor.

O protocolo de manipulação vertebral com Quiropraxia é modificado nos casos de osteoporose. As manobras são infinitamente mais sutis, mas igualmente eficazes em diminuir as dores. E só devem obviamente ser realizadas por profissionais formados e qualificados.

Tratamento à base de reposição hormonal é controverso. Prevenção é a maneira mais eficaz de lidar com a osteoporose. Mudanças na dieta e estilo de vida, adicionadas à exercícios físicos, podem exercer um papel determinante no combate a esta afecção.