Então. Volta e meia pipocam notícias meio bizarras na internet que fazem a gente pensar. São assuntos que fogem à norma e sacodem o bom-senso. Arrancam-nos da nossa zona de conforto.
Outubro de 2012. Autoridades afirmaram que “um crescente surto de meningite fúngica nos Estados Unidos se alastrou para Minnesota que, com o registro de dois casos, se tornou o oitavo Estado norte-americano afetado pela doença,” noticiou a Reuters, uma das mais famosas e antigas agências de notícias do mundo.
“Os novos casos elevaram para 52 o número de pessoas que adoeceram após receberem injeções de esteroides em uma farmácia de Massachusetts. Pelo menos cinco pessoas morreram”. Aparentemente, esse pessoal estava sofrendo de dores de coluna. E resolveram partir para uma medicaçãozinha. Algo deu errado.
Nos dias atuais o caso ainda repercute. O farmacêutico envolvido foi condenado em 2021 a uma pena de 10 anos de prisão.
Além de Minnesota e Massachusetts, os estados da Carolina do Norte, Michigan, Tennessee, Virgínia, Flórida, Maryland e Indiana também registraram “casos de pessoas que ficaram doentes após receberem tais injeções”.
Medicações adulteradas? Agulhas contaminadas? Fazer o uso de gelo teria sido mais seguro. Ou procurar um tratamento que efetivamente resolva as dores de coluna.
O que é mais inofensivo do que uma simples aspirina? Sua matéria-prima vem da casca de uma árvore (o salgueiro ou chorão). O laboratório farmacêutico Bayer faz a medicação há mais de 100 anos, depois de isolar o componente ativo (o composto ácido acetilsalicílico). Toma-se aspirina para febre, dor e até para afinar o sangue. É usado em pacientes cardíacos. Mesmo contraindicado para casos de dengue, é hoje simplesmente o medicamento mais conhecido e consumido em todo o mundo.
Pois é. A agência de notícias BBC BRASIL noticiou em 22/01/2013 que o uso prolongado de aspirina pode estar ligado a um determinado tipo de cegueira.
“Um estudo com 2.389 pessoas, publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, indicou que o uso prolongado do ácido acetilsalicílico, principal substância do medicamento, dobra os riscos do surgimento da forma úmida da degeneração macular relacionada à idade. A doença deteriora a chamada retina central, ou mácula, causando perda de visão no centro do campo visual do paciente. Os pesquisadores, entretanto, não souberam dizer quais mudanças seriam necessárias na ingestão do remédio para evitar a cegueira”. Alarmismos à parte, “pacientes que estão tomando aspirina não devem interromper seu uso antes de falar com seus médicos”, frisa Jie Jin Wang, professor especialista em olhos da Universidade de Sydney, Austrália.
Aspirina, caros leitores. AS-PI-RI-NA. É o fim da picada!
O site Minha vida, autoproclamado “o maior portal de saúde e bem-estar do Brasil”, publicou em 05/02/2013 um artigo (originalmente da BBC News) discorrendo sobre o resultado de um estudo, no mínimo, interessante. Sol pode diminuir riscos de desenvolver artrite reumática?
O prestigiado periódico Annals of the Rheumatic Diseases concluiu num estudo recente (à epoca) que “a exposição solar pode ser um método eficaz para se prevenir da doença. A pesquisa foi desenvolvida por especialistas da Harvard Medical School, nos Estados Unidos. De acordo com os autores, os resultados podem ser consequência dos efeitos da vitamina D (produzida com a exposição solar) no organismo”.
No estudo, “foram acompanhadas mais de 200 mil mulheres divididas em dois grupos, sendo um deles monitorado a partir de 1976 e o outro a partir de 1989. A saúde das participantes foi comparada aos níveis de radiação UVB a que elas estavam expostas com base no local onde viviam. No grupo de 1976, aquelas que moravam em regiões mais ensolaradas dos Estados Unidos — recebendo, portanto, os níveis mais elevados de raios solares — eram 21% menos propensas a desenvolver artrite reumatoide do que as demais. Entretanto, os raios UV não pareceram afetar o grupo de 1989”. Teria sido pelo fato dessa segunda geração estar mais preocupada em se proteger do sol?
A artrite é uma inflamação em uma ou mais articulações e ainda não tem cura. Mas o que fazer? Se tomar sol, predispõe-se a câncer de pele. Se não, a artrite espreita. E temos um alarmante número de pessoas aqui no Brasil (um ensolarado país tropical, diga-se) com deficiência de Vitamina D.
Ufa! Com essas três notícias, se correr o bicho pega e se ficar o bicho come!