Este número aí do título corresponde ao total de ossos do nosso esqueleto. 206 ossos que nos preenchem e nos sustentam. Sem eles, seríamos amórficos. O sistema esquelético é uma espécie de “armação” que protege nossos órgãos vitais e possibilita a locomoção. Além disso, pode servir como fonte emergencial de cálcio.

Osso é ativo. Pode ser restaurado e remodelado, se necessário. Constituído de 22% de água, é feito de um tecido conjuntivo extremamente forte, mas leve e flexível. Nenhuma estrutura artificial, por mais tecnologicamente avançada que fosse, conseguiria se comparar com a resistência, a durabilidade e o peso do nosso esqueleto. Os formatos dos ossos são bem diversos: longos, curtos, planos e irregulares.

É claro que nem todo mundo tem 206 ossos. Há variações naturais. Cerca de um em cada 20 indivíduos tem uma costela a mais, por exemplo. O número de ossos fundidos no crânio varia. E até que ocorra fusão natural das placas de crescimento, um bebê, uma criança, ou até um adolescente tem bem mais do que 206 ossos.

Em todo caso, 206 é o nosso número mágico. O esqueleto humano se divide em axial e apendicular.

  • O esqueleto axial (crânio, coluna vertebral e caixa torácica) tem 80 ossos.

  • Os outros 126 compõem o esqueleto apendicular (ombros, braços, antebraços, mãos, quadris, coxas, pernas e pés).

Dos 80 ossos do esqueleto axial, 22 estão na cabeça: oito no crânio (frontal, occipital, esfenóide e etmóide, e um par de parietal e temporal) para proteger o cérebro; e 14 na face (vômer e mandíbula, e um par de maxilar, zigomático, lacrimal, nasal, corneto inferior e palatino). Curioso é a mandíbula ser a única parte móvel da cabeça. Mas sem isto, não seria possível abrir e fechar a boca — ou falar e comer.

Temos 25 ossos na nossa caixa torácica: 12 pares de costelas e um esterno. Servem para proteger nosso pulmões e coração – e assim dar formato ao nosso tórax. A cartilagem flexível e a maleabilidade costovertebral permitem a caixa torácica expandir-se e contrair-se.

Dos 33 ossos que faltam, 26 fazem parte do dia-a-dia de um Quiropraxista: 24 vértebras, um sacro e um cóccix. Quando equilibrada e bem-arrumada, a coluna forma a mais bela linha do nosso corpo, na humilde opinião deste escriba. Cada vértebra é separada da outra por uma pequena “almofada”. Estes 23 discos intervertebrais são amortecedores. Sem eles, o cérebro chacoalharia a cada passo dado. Os sete ossos restantes são um hióide (o popular “gogó”) e três ossículos em cada ouvido médio (martelo, bigorna e estribo).

Dos 126 ossos do esqueleto apendicular, quatro estão nos ombros, dois na bacia, e 30 em cada membro superior e inferior. Nos ombros, temos uma clavícula e uma escápula de cada lado. A clavícula é meio que um elo de ligação entre o tronco e o braço. Vista de cima, parece formar um arco sem a corda. A escápula (ou omoplata) é um osso achatado, triangular e parecido com uma asa. A bacia ou pelve consiste de dois ossos que se abrem de tal forma a se assemelharem a uma borboleta.

Úmero, o osso do braço, é o mais longo da parte superior do corpo. De frente, parece com um haltere: uma cabeça larga tem o formato de bola e a outra ponta lembra um “carretel”. De todos os 206 ossos, o mais forte e pesado é o da coxa — o fêmur. A ulna e o rádio formam o antebraço. Entre o joelho e o calcanhar, estão os dois ossos da perna (tíbia e fíbula).

A mão e o pé possuem cinco metacarpos e metatarsos, respectivamente — e mais 14 falanges (três para cada dedo, exceto o polegar e o dedão, que só têm dois). A diferença está nos oito ossinhos carpais do punho (escafóide (navicular), semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezóide, capitato e hamato), e nos sete ossos tarsos na região do tornozelo e pé (calcâneo, talo, navicular, cubóide e três cuneiformes). Somando tudo, a mão contém 27 ossos. Os 26 ossos do pé assentam-se num semicírculo e formam um arco perfeito.

Tendo, portanto, um osso a menos no pé do que na mão, totalizaríamos 29 ossos em cada perna. Mas a rótula, que protege, estabiliza e ajuda a movimentar o joelho suavemente, completa o trigésimo. Também chamada de patela, ela fecha com chave de ouro a contagem dos 206 ossos do nosso esqueleto.

NOTA: Maravilhas do Corpo Humano, de Anthony Ravielli (Rio de Janeiro: Ediouro, 1979; 125 páginas) é uma grande inspiração para um pequeno livro. Recomendo.